© Copyright. Direitos autoriais.

© Copyright. Direitos autoriais

Mutações da roulha


Isto é uma roulha:



A palavra trola é corriqueira, comum na Galiza, quase exclusiva do léxico infantil, ou familiar, significa mentira, embuste.
Uma pessoa troleira é alguém que conta mentiras, trolas.
Trola é palavra asturiana e espanhola
A etimologia que lhe dá o Diccionario da Real Academia Espanhola relaciona-a com hadrolla ou fadrolla 'adrolla'; cf. aladroque.
Adrolla
é uma trapalhada, um artifício enganoso, e:
Aladroque qualifica a quem tudo fala, que não guarda segredo, que fala muito, e fazem derivar do árabe hispano *alḥaṭrúk.
No galego trola tem as variantes drola e grola; variantes?, ou a mesma palavra em mutação?

No galês troell dá nome à roda, a roda que vira, a qualquer roda de mecanismo, e nomeia de forma genérica a qualquer objeto circular, com forma de roda, anel, dá nome ao movimento circular, ao giro, à volta. E também dá nome à volta linguística, à figura retórica ou estilística na fala que poderia ser traduzida por tropo.
Este é o seu quadro de mutações:

Welsh mutation
radical soft nasal aspirate
troell droell nhroell throell
Note: Some of these forms may be hypothetical. Not every
possible mutated form of every word actually occurs.


Trola e drola estão claros os seus pares, e grola pode ser uma evolução da antiga forma nasalada do proto-céltico galaico, ou da aspirante, pois grola é fonada ghrola /hrola/...
É por isso que ainda "contar uma trola", pode ser dito como "contar uma bola"...
Colhamos a palavra farola, farol, faroleiro, na ideia de farsa, mentira, farsante, mentiroso.
Esta raiz também pode estar aqui, pois previamente a farola pode ter sido *frola
A via latina deriva farola, farol (nos dados, ir de farol) faroleiro, de parola.
Mas a forma arcaica do espanhol fadrolla está dizendo outra cousa, pois significa também mentira.
Com a possibilidade de que *frola por epêntese, desse a raiz farol- nas palavras da mentira.

Farola (Minho): Ovelha velha, que se vende nas feiras ou se dá em pagamento de pastagens ou como renda de certas terras, ou que se mata para alimentação das quadrilhas de trabalhadores.

A palavra drola-grola-trola-*frola é um fóssil das mutações célticas, ou do proto-céltico?

O tropo linguístico e o embuste estão à par, pois são voltas.
É por isso que o castelhano conserva a forma adrolla "trapaçaria", sem desaparição da lateral palatal /ʎ/.
(Aqui há uma possibilidade etimológica para a androlha).

Onde mais pode aparecer este radical céltico do aro?
Na Galiza o xalavar, ou enxalavar é chamado de truel, com as variantes trueiro e troeiro, a etimologia que lhe é dada é a latina, derivada de trua palavra para dar nome à concha de servir a sopa, a uma colher, à escumadeira, também trulla, concha, espécie de caço para submergir no vinho.
Então estamos na zona de cognatos: onde o troi céltico, "o aro roda, giro" é cognato do trua latino.
E onde o truel galego tanto pode chegar dum lado como do outro, como estar na origem.
Por exemplo os asturianos dizem entrollar, a tirar o peixe com o truel da rede. Truel que também dizem truel.

Este troell galês dá também a ideia de onde pode vir a trolha e o trolho que são rolos, cilindros para apisoar a terra lavrada.
Trola é um caroco, uma nodosidade proeminente no tronco de uma árvore.
Trolho é o rolo de um mango.
Ao lado de trolho está o zorolho, que vem sendo outra mutação da consoante inicial.

Troell, também dá a ideia de roel, arruela, como roda, rua, rolda.

Quando na Galiza é dito "gordo como um trolho", para qualificar a alguém muito obeso, temos perdida a raiz de tal comparativa, que é o tal trolho?
Os asturianos conservam troyu que nos ajuda a perceber a expressão galega comparativa perdida gordu como un troyu.
Troyu:
grande sapo, sapo inchado.
Eis outra vez o troell galês, a roda o aro o círculo.
Por isso a Casa da Troia, é a casa do revolto, do giro, do envolto, que é o mesmo que a trolha, trouxa, trousso, trouço, troja
São variações de variações do mesmo radical troll- que mutou e se sufixou para dar conceitos semelhantes com um ideia comum de aro, roda, de movimento circular.
Troula por exemplo é outra dessas verbas que giram aqui.
Inclusive o moderno troll de internet.

Quanto à roda, tem muitos parentes no galego onde o dë está desparecido, a tal rota latina evolucionaria a roa.
Mas também o (t)roell céltico pôde deixar rasto, em palavras como a que abre o escrito; na roulha ou aro de jogar, roula: (cabeça do úmero, rótula), roular, rolar, rolão, roulão, rolha ... Muito mais se se confronta com o asturiano, por exemplo rolla.

Rolla:
roda
pedaço de tronco cortado; pedaço grosso de madeira que vai ser serrado
seção circular de um tronco
pedaço de madeira do que será lavrada uma soca
(Ornitologia) rola (Streptopelia turtur)
(Ornitologia) noitibó-da-europa (Caprimulgus europaeus)
montão de erva ou palha enrolado
ama, mulher que cuida das crianças
espécie de espátula

Rolha:
peça com que se tapam recipientes de boca estreita
testo, tampa de panela; tampa que encaixa
molídia de trapo ou palha
fusada, volume de fios
pano, trapo de cozinha
pedaço de tronco de pinheiro cortado; pedaço grosso de madeira que vai ser serrado
(Ornitologia e regional) rola (Streptopelia turtur)
cada uma das mamas da porca
montão de lousa empilhada disposta para ser carregada
(Náutica) corrente marinha em remoinho

Escrita antiga


A escrita aparecida na zona galega é pouco conhecida e não considerada, pois o preconceito histórico de atraso impossibilita conceber que pudesse haver qualquer tipo de grafos neste lugar do mundo, mas em toda lógica lavores que requeriam memorizações gráficas, carpintaria, trabalhos metalúrgicos, e que foram comuns nessas épocas precisavam de signos.


Esta escrita aparecida no Alvão é tida por oopart, pois tem uma antiguidade de mais de 6000 anos, contemporânea da aparecida na atual França em Glozel.
Esta foto foi tirada no Museu Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento de Guimarães.
Os signos são semelhantes aos dos diferentes signatários, (alfabetos) conhecidos como escrita paleo-hispânica.
"Eles [os turdetanos] são considerados como os mais cultos dos iberos. Utilizam a escritura e tenhem, como testemunha da sua antiguidade, crônicas, obras de poesia e leis em verso que segundo eles tenhem seis mil anos". Estrabo (3, 1, 6)

Osso gravado com letras aparecido na Crunha atualmente num museu escandinavo 
http://www.schoyencollection.com/palaeography-collection-introduction/early-writing-introduction/european-early-writing/atlantis-stag-bone-ms-5237-2



Estrabo escreve que os povos turdetanos conservavam anais históricos e leis escritas de 6000 anos antes do seu tempo.
…são considerados os mais cultos dos iberos, pois conhecem a escrita e, segundo as suas tradições ancestrais, até mesmo têm crônicas históricas, poemas e leis em verso que eles dizem de seis mil anos de antiguidade.
— Estrabão, III 1,6.


Antiga escrita também sobre paus, com símbolos, escrita sobre garavatos e garatujos...Daí que ainda se conserve a pejoração para a escrita imperfeita nas palavra garabatos e garatuja... sobre os que se debuxava. (dibuxar no asturiano significa lavrar a madeira).
Com base céltica, confronte-se com craobh.

O signatário mais antigo estudado ou decifrado é o tartéssio do que aqui temos um bom trabalho:
http://www.palaeohispanica.hol.es/IREA/intermedio.htm
Feito por José Luís González.



No castro de Formigueiros, que ficou partido entre as freguesias de São Tiago de Formigueiros e Santa Maria do Mao (de Samos a primeira e Oíncio a segunda), apareceu uma piçarra com um peixe e símbolos de escrita nela, aqui a imagem tirada do blogue do professor Gago:
http://www.manuelgago.org/blog/index.php/2010/11/18/os-marabillosos-achados-de-formigueiros/



A hipótese:
A criança debuxa um animalzinho, e debaixo, em letras, escreve o seu nome: peixe, peixe, peixe...
Como quando havia "piçarrilhos" na escola na vez de papel.
Aparentemente são duas letras, a escrita supostamente é silábica.
Dous signos que dão nome ao peixe?
Segundo o signatário tartéssico, antes referenciado, estaria escrito BAKU / PAKU ou KUBA / KUPA, dependendo da orientação para o ler.
Cognato, descendente, parente do proto-céltico ɸēskos: peixe?
Segundo outras interpretações: poderia ser BAI, IBA, ou PAI, IPA

Coincidências?
Há-se saber.






https://ddd.uab.cat/pub/faventia/02107570v22n1/02107570v22n1p21.pdf



http://ifc.dpz.es/recursos/publicaciones/29/54/26koch.pdf

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Leponzio.png


http://www.esotericonline.net/group/ancientcivilizations/forum/topics/semitic-script-symbols-in-egypt-and-the-balkans