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Deichtine, Deichtire nai do Setanta


Além de coincidir o deus e o dez no catalão, ambos em deu ...
No velho irlandês temos a nai do Setanta, de duplo nome, Deichtine e Deitchtire, que anda por perto do pitagórico dez divino.
Pois, três vezes três, fecham o giro, e o seguinte passo já é o dez.

Analisemos o nome da Deia Deichtine Deichtire.
Duas partículas aglutinam-se no seu nome, "epíteto", pois já sabemos que nomear a uma divindade é complexo:
Deich: significa dez, com a variante dech.
Assim: deichde, é dez vezes mais, decuplicado ou decuplicada, multiplicado ou multiplicada por dez ; e por exemplo: dech-inscne, é o super-falador, super-faladora, ou, quem fala por dez; em irlandês uma deichembor são dez pessoas, e são dez tribos: deichtrebo ou deichthriub.
Mas também este decuplicado ou decuplicada: dech, é: o melhor, a melhor, o distinguido, a distinguida.
Também deich, tem uma irmã etimológica verbal, de alargado significado, que é téit, que exprime o movimento a través: ir, passar, trespassar, chegar, atravessar, fornicar, penetrar, partir, morrer, casar.
Na raiz deste verbo téit, está tet / set, que é o caminho, a senda.
Depois do nove, para algumas contas, vem o dez, mas o dez já está noutro plano, porta doutro novenário.
Volto a Deich-tine.
Tine: é uma forma de teine, fogo, lume.
Então Deich-tine, pode ser entendida como a Dez-Lumes, a Excelentíssima-Lúmia, ou a Distinguida Senhora do Lume, e também como o Caminho do Lume, sendo assim, Deichtine, também a movimentada polo fogo, a trespassada polo lume, a casada com o Labarento, a fornicada polo Lumeiro, a emprenhada pola luz.
Bright, Brígida?
Seja como for, é a que pare o caminhante, que é o movimento na luz, o filho do movimento e da luz, o tet / set irlandês.
O set-anta, o que anda o caminho, e o que está sediado na anta...
Set, já escrevemos arriba, é da raiz do movimento.
A partícula "anta", é confusa: neste blog já se tem falado dela.
Andar poderia ser um "modismo" solidificado nos idiomas, do mesmo jeito que nas gírias "gambear, patear, chancar, chanquear, pinrelar, çapear, zobar, penquear, calcar, calcoar, galochar, tamanquear, patilar, patular, xambear, zancanear...". Foi logo, andar primeiro, o caminhar em andas ou sobre andas, pois a anda fai o caminho, já seja estrando os sítios de lama, fazendo pontes com andas, andores, caniços, ou com antas, lajes. Além de andar de andas, isto é calçado com madeira e não descalço, pois para o movimento descalço, para ir de algarbe (0),  (Juan Cuveiro Piñol, 1876), haveria outra palavra mais antiga, como boldrar, (Eligio Rivas Quintas 2001), que remete a poldra (1), ou passar, passar vem do proto-indo-europeu *pete-, ao lado do pé.
Pois uma anda também é uma perna-longa, uma haste de madeira para andar, o "zanco" espanhol, ao lado da chanca, onde se ouve que o calçado, a calçada, o calcado, a calhe, entram uns nos outros.
Do mesmo jeito que calçado e calçada se unem como o pisado e o piso: andar, (caminhar), e andar, (estância), misturam-se.
Anta no irlandês é uma variação de anaid, (estar, permanecer).
Os parentes mais próximos do andar galego-português, astur-leonês, e espanhol, e do italiano andare, são o anar occitano-catalão, e o aller francês, que dizem derivarem todos do latim ambulare, para mim muito forçado.
Pois a anta, a anda, podia estar já nos idiomas que o latim assolagou?
Anda é nos nórdicos falares, (islandês, feroês, o velho norueguês), respirar, também no sueco andas é respirar.
E logo pois "antar", alentar no norte, e na verde Eirin (anaid) estar. E no velho galego: andar e estar confundem-se nas perífrases verbais, e não só.
O andar anda na onda e na anta do entrar.
Ando buscando nestas lérias a origem do andar, e ando por perto ou longe, ou estou perdido no monte?
O certo é que o Set-anta, é o que está no caminho ou o que anda no caminho.
Pois a ambivalência do andar galego, como movimento e estância, é certa no verbo andar.

O segundo nome da nai do Cu(zo) de Culann, é Deichtire, onde outra vez temos Deich como tratamento de alto grau, de respeito, como Dona Dez Trespassada.
Deich que jungue o número superior às nove estâncias, com a ideia de trespassar, dar os três passos, e com a raiz do set, que é o caminho, e é o assento, o sediado e o sediador, o que anda.
A outra partículaTire, é uma variação de tír, cujo significado é a Terra, a matéria terrena.
Estamos falando da Deidade Terra, da Deusa Terra.

Nasce o Setanta da união do Lugo-Luz e da Senhora Terra alumada, (da tripada alumada terra).
A sua avoa paterna Etnia, Etniu, a brilhante, também fora incendiada polo seu avô, o Cão ou Cucho, Ciano, Cían o ultra-violeta, aquilo era numa geração anterior, nos primórdios da matéria e da luz, agora com o nascimento do caminhante aproximamo-nos, andamos no nosso plano:
Onde a onda de luz anda e chega à matéria terrena, e nasce o andar: o ser, o estar, o caminhar: a vida.









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(0) الغرب, al gharb, que significa "o oeste".


Ficheiro:Poldras.jpg(1) A dependência do esquema monista no masculino e do latim como sumum, leva a considerar poldra como flexão feminina de poldro, e poldro como derivado de pullitum.
Se atendemos ao nosso acervo linguístico, ouvimos poldra ademais de para a filha do cavalo e da égua, para a passagem primitiva de rios nos vaus, sobre pedras dispostas separadamente em passos.
Boldrar: passar descalço lamaçais; rios, ainda que boldrar está perto de bóldriga, (sujidade), ao lado de baldréu.

Esta poldra, ponte, tem irmãs como alpondra e pondra.
Que foi primeiro?, a pullita latina hipona?, ou a pondra, ponte primitiva?
Vejo que poderia ser primeiro a pondra, e já direitamente do proto-indo-europeu filha, e por tanto: irmã de pons pontis, e não derivada.
Pois aqui aparece o poltrão e a poltrona, que a etimologia oficial derivam do italiano poltrone, (ocioso).
Ponte deriva de pons, por sua vez irmã do caminho sânscrito पथिन् (páthin), e do alargado rio, o mar grego πόντος (pontos).
Daí que a poldra e o poldro galegos sejam irmãos do pullitum pullita do latim, e não derivados dele, do proto-indo-europeu *pónt-h₁-s ou *pent- (-th-).
Daí que o romano pontífice nos queira apontar o ponto e o passo.
Se miramos para o norte, na Holanda constroem polders.
Pois é mesmo que com bestas se cruzavam os rios quando não havia pontes, ou mesmo d'acavalo doutrem, se passava, e ainda passa o regato.
É uma poldra branca a que se nos oferece para cruzar o Limens.
Passar a ponte é nascer, assim que se passa o cal  pélvico do parto, chamado na Galiza campesinha a ponte, eis aí o passo, o nascer.

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